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NOITE DE SANTO ANTÓNIO E DE MARCHAS POPULARES NA CAPITAL

Textos e Fotos de: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com

 

Esta reportagem só foi possível devido ao gentil apoio das firmas Vistasol Tours, Europa Catering & Convention Centre, Metrix Carpentry Contractors, Caldense Bakery, Bento’s Auto Tire Centre, Worker Canada Immigration Services Inc, Toledo Printing & Design, New Casa Abril e Macedo Wine Grape Juice Ltd. Aqui deixamos os nossos agradecimentos ao José Duarte, Manuel de Paulos, Manuel (Manny) da Silva. Hélder Costa, Bento S. José, Richard Boraks, Lynda Matias, Januário de Barros e David Macedo, respetivamente. Um bem-haja para todos estes nossos patrocinadores.

Lisboa viveu, ontem, dia 12, os seus oitenta anos de Marchas Populares, com alguns interregnos apenas, que foi uma iniciativa do então Notícias Ilustrado e do Diário de Lisboa. Apenas cinco Bairros concorreram nesta competição bairrista naquele ano de 1932, cujos nomes aqui deixamos: Campo de Ourique, Bairro Alto, Alfama, Alto do Pina e Madragoa. Mais anos se seguiram destas tradicionais festas dedicada aos Santos Populares, o Santo Antonio, S. João e S. Pedro, tendo este ciclo interrompido apenas no ano 1974, após o 25 de Abril de 1974, pela convulsão política do pós-revolução e também por muitos a ligarem à ditadura derrubada.

 

Só no ano de 1980 é que esta manifestação de expressão cultural voltou a pisar a Avenida da Liberdade e, desde então, não mais parou, tomando vulto pela participação, nestes últimos anos, as duas dezenas de Marchas representando os seus Bairros como foi no corrente ano com vinte e uma concorrente e que incluiu as Marchas do Mercados; Ajuda; Penha de França; Olivais; Bica: Marvila; Belém; Campolide; Alfama; S. Vicente; Beato; Marcha Madragoa; Carnide; Alcântara; Alto do Pina; Mouraria; Graça; Baixa; Santa Engrácia; Bairro Alto e, por último, a Marcha do Castelo.

 

 

Foi também, nas presentes festas, comemorado o 25 aniversário da edição da Marcha Infantil, uma excelente iniciativa de A Voz do Operário, tendo, este ano, como madrinha, acompanha-la e a emprestar-lhe a voz, a conhecida fadista, Joana Amendoeira.

Outros dois participantes convidados foram o Grupo de Danças de Dragão, Leão e Artes Marciais de Macau e o Nacional de Artes Populares dos Emirados Árabes Unidos com o primeiro com uma dança já bem conhecida das nossas gentes de Toronto nos festivais da comunidade chinesa com o rufar dos tambores e bombos e o símbolo do milenar dragão com os nativos da Península Arábica executando populares danças folclóricas daquele Emirado.

Todas as Marchas traziam, como é da praxe, os seus padrinhos elementos normalmente destacados da televisão, teatro, revista e da cancão e lá vimos desfilar o António Calvário, Octávio de Matos, Raquel Tavares, Merche Romero, Alexandra, Francisco Mendes, Chiquita, Anita Guerreiro e João Carvalho entre muitos.

Como habitual a Grande Marcha de Lisboa de 2012, um trabalho, letra e música, de Helena de Fátima Chaves Andrade de Campos, foi cantada ininterruptamente durante o desfile das Marchas cujo refrão ainda ressoa nos nossos ouvidos:

A marcha desce a avenida
E vê-la, há 80 anos
Deixa o povo a matutar
Se e em Lisboa,
Se no Rio ou na Bahia
Qu’a Marcha esta a passar
Se e com fandango, samba, vira ou com chorinho
Qu’assim marcham a rigor
E se o Santinho
Sorridente e milagreiro
E Antonio ou Salvador

Finalmente, e só no dia seguinte, e que tomamos conhecimento dos vencedores, resultado que não nos espantou pois concordamos com os prémios atribuídos tanto a vencedora, a Marcha do Alto do Pina, como as duas que se lhes seguiu, Alfama e Alcântara. A Marcha da Ajuda foi desqualificada por não respeitar os regulamentos deste concurso.

 

Depois do desfile marchas, já perto das duas da madrugada e que contou com a presença, na tribuna dos convidados (VIP) do presidente da edilidade da Câmara de Lisboa, António Costa, foi a debandada de mais de 300 mil espectadores que lotavam, e comprimiam, nos passeios da Avenida da Liberdade com muitos deles dirigindo-se para os Bairros populares da Alfama, Mouraria, Bairro Alto, Madragoa, Campo d’Ourique e outros mais afastados como Marvila, Santos-o-Velho, Santa Catarina e Alcântara onde as casas de pasto, tasquinhas e restaurantes se encheram de autênticas multidões para degustar a sardinha assada na broa acompanhada de tinto ou sangria.

Tentamos também participar mas desistimos após uma hora de condução na localização dum espaço para estacionar a nossa viatura onde tínhamos por companhia o Armando Viegas (o Presidente da Casa do Alentejo de Toronto) que após 13 anos de ausência veio para “ matar” saudades da sua terra natal e das “suas” marchas dos Santos Populares pois é um nativo do Bairro de Santa Catarina de Lisboa.

 

Muitas das ruas desses Bairros encontravam-se bloqueadas pela polícia para evitar atropelamentos pois a multidão enchia não só os passeios como as próprias vias destinadas ao trânsito de viaturas.

 

Confessamos nunca ter presenciado, ao longo dos anos que participamos nestas festas, uma enchente como no presente ano. Mais, muitos dos foliões, ou seguidores das noitadas de S. António e das festas em sua memória na cidade de Lisboa, não eram portugueses com a grande maioria deles vindos de Espanha, Itália, Alemanha e até da Inglaterra e do Norte de Africa.

Parece que o nosso Santo padroeiro está-se a internacionalizar. Vamos lá a ver se a Troika não exija, num futuro próximo, a privatização também deste nosso querido e carismático Santo que os italianos afirmam, há seculos, ser “seu” também, e até de lhe chamarem de Santo António de Pádua, quando ele nasceu em Lisboa no dia 15 de Agosto de 1195 sob o nome de batismo Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo e que foi canonizado em 30 de Maio de 1232, um ano após a sua morte, pelo Papa Gregório IX. A sua imagem é apresentada envergando o traje dos frades menores e segurando o Menino Jesus.

Um dos símbolos suis generis que há já alguns anos vem representando as Festas de Lisboa, alem dos manjericos, dos arcos e balões, e a sardinha com varias decorações como ruelas dos bairros populares e até a imagem do nosso Santo António padroeiro de Lisboa.

 Este ano a Marcha Vencedora das Marchas Populares 2012 foi a Marcha do Alto do Pina,
o 2º lugar foi atribuído à Marcha de Alfama e o 3º lugar à Marcha de Alcântara.

 RESULTADOS MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2012

1º lugar: Alto do Pina
2º lugar: Alfama
3º lugar: Alcântara

Classificações finais das Marchas Populares de Lisboa 2012

Marcha

Lugar

Pontuação

Alto do Pina

1º Lugar

261

Alfama

2º Lugar

243

Alcântara

3º Lugar

225

Bairro Alto

4º Lugar

224

Marvila

5º Lugar

220

Castelo

6º Lugar

205

Mouraria

7º Lugar

203

Penha de França

8º Lugar

202

Madragoa

9º Lugar

194

Bica

10º Lugar

192

S. Vicente

11º Lugar

190

Beato e Graça

12º lugar ex-aequo

187

Carnide

13º Lugar

183

Olivais

14º Lugar

166

Belém

15º Lugar

164

Santa Engrácia

16º Lugar

163

Baixa e Campolide

17º Lugar Ex-aequo

149

Ajuda* 

* Esta Marcha foi desclassificada por incumprimento do regulamento, nomeadamente Artigo 10º, nrº 1 (Composição das Marchas Populares)


Classificações por categoria das Marchas Populares de Lisboa 2012: Categoria

 

Melhor Coreografia

Alto do Pina

Melhor Cenografia

Alcântara

Melhor Figurino

Alfama e Alto do Pina

Melhor Letra

Alto do Pina

Melhor Musicalidade

Alto do Pina

Melhor Composição Original

Alfama “Gentes de Alfama”

Melhor Desfila da Avenida

Alto do Pina

 

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